quarta-feira, 5 de novembro de 2008

VISAO DO FUTURO?

( Liane Furiatti )

Não me ame...nao ouse falar de amor comigo
Cale os sussurros murmurados no ouvido
Afaste a mão da caricia pretendida
Cerre os olhos, volte as costas á face querida.

Esqueça os sonhos, deixe-os no passado
Fazendo companhia a vontades não vividas
reunidas por derradeiro no enlace almejado.

Na esperança do ontem naufraguei iludida
Fui lançada semimorta nas praias, perdida.
Sentenciada exaurida a um fio de vida.

Flores sem perfume, lanternas sem lume...
Anjos sem asas, jardins sem casas...
Réu degredado, céu escuro, amaldiçoado.
Coração sem amor, vazio...amargurado.

Sombras do passado unidas no amanhã
Tragédias revividas em esperanças malsãs...
Odes entoadas por bardos enlutados
Poemas compostos nos corpos desenterrados.

Rostos sem expressão, faces descarnadas
Glotes sem voz, olhos cegos fitando o vazio
Mãos estendidas em suplica desesperada.

Fogo sob o gelo...o frio cobre a terra de sul a norte.
Não há fome, nem sede, apenas odores de morte
Levados pelo vento sem rumo nem direção.

Não me fale de amor, não ouse me amar
O futuro é dor, e nós... somos poeira a vagar.
Agonizante a esperança lança um gemido
No estertor da morte buscando um amigo!

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