segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rubi Estrela

(do livro Às Portas da Noite)
© Dalva Agne Lynch- Soror Inanna IX -

Não pertenço a nada e nem a ninguém.
Sou louca, desvairada, selvagem.
Quem pode - ou quer - conter o vento?
Ou o sussurro de Babalon...
Meu cabelo se me cai por sobre a caracobrindo olhos que vêem um mundocom o qual não encontro relação.
Então construo.
Minhas mãos seguram imagens criadasque se projetam contra um pano de fundo e se fazem mais reais que o seu fundo.
Quadros em vermelho e negro e azulonde as figuras são meros esboços contra as cores do Infinito.
Estrelas rubras contra o verdelançadas em gritos e sussurrosqueimando
à minha volta. Versos que se moldam em palavras corpos e espíritos povoando o reino etéreo além dos dedos.
Nele governa a figura de um ser enorme e escuroque me deu seu Falo para que procrie.
Procriarei, meu amor.
Para Elenão para você...
E percebo, apesar do mundo que me cercao poder daquela Cruz que entrevejoquando chamo alto por Therione na Rosa que a ela se entretece, rubracomo meu sangue pulsando forte.
Um dia vamos nos esquecer, você e euna montanha que me chama.Sem elos deste lado do Abismoseguirei, para me desfazer nas trevase de você vai restar apenas as palavras loucas destes meus poemas.Recrio então o mundo, meu amorenquanto espero.


"Faze o que tu queres há de ser o todo da lei.
Amor é a lei, amor sob vontade."

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