sábado, 30 de agosto de 2008

LENDA URBANA

LENDA URBANA
( Liane Furiatti )

Já houve um tempo, ...há muito tempo
Uma cidade pitoresca, histórica, privilegiada
Cidadãos orgulhosos de seu nascimento
Criando famílias no berço da historia marcada.
Duzentos anos se passaram...progresso batia á porta
Haviam fabricas, instituições, promessas de prosperidade;
Entre rumores a decadência foi semeada...
Servia-se mel e veneno em taças como singelas verdades.
Erva daninha...alastra...se ninguém corta.
Agora, novo século, novo milênio...jaz a cidade
Agonizante...e seus filhos, esgotados...pedem socorro
Fecharam-se as fabricas, foram embora as repartições publicas
Sem esperança de emprego, trabalho, sofre o povo.
Acenam os mandatários com ilusões e falsetas...
Como se sonhos suprissem as mesas de farturas lúdicas.
Vem e vai na política sempre as mesmas vendetas...
Um faz, outro desfaz e diz que fez sem fazer, que ironia
manter um poder porque o eleitor esqueceu seu direito,
pra eles a mentira faz mais bem que toda verdade não faria:
funcionário público é empregado desde o gari ao prefeito.
Galhardia há muita, orgulho, prepotência, casca vazia!!!
Engolem feijão, arrotam caviar, pra inglês ver...muito mal feito.
Ah, sim, nos tempos áureos, esta cidade tinha:
Festas religiosas homéricas, vinham peregrinos de toda nação
Prestigiar os eventos dos santos padroeiros, muita fé
Naquele dia que foi mudado o feriado, alguém lembra da razão?
Tínhamos brios, antepassados heroes, terra fértil, bênçãos dos céus!
Do que havia..pouco ficou, empresas, órgãos, parece maldição
Mas até as fabricas que desejam vir, desistem, vão pra outros lugares
apesar dos esforços de uns raros, cujos motivos podem ser até dúbios,
Que importa, se dessem frutos e pudessem ressuscitar essa cidade?
Alguns dizem que ronda por aí um monstro ...outros
que o sangue de um Padre manchou a terra e pede resgate, e alguns,
reforçam a lenda de um Monge que viveu e amaldiçoou até a quinta geração
de alguma família ilustre da região...
ninguém sabe o porque, uma cidade quase vizinha da Capital,
espera á mingua pelos auspícios generosos de um novo amanhã.
Que a Lenda se perca nas brumas do passado, surreal
E possamos ter esperanças num futuro antes que seja preciso
Ostentar na entrada da cidade, uma faixa com dizeres,
além das desculpas pelo odor nauseabundo,
um pedido eloqüente em desespero:
VISITEM NOSSA CIDADE ANTES QUE ELA DESAPAREÇA!!!

Um comentário:

Fragmentos de Elliana Alves disse...

Lindo vc,muito sabio
já te falei isso,não canso
de repetir ok.

Bjsssss e boa noite p vc.